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Como Fazer o seu Ano valer a pena enquanto ainda dá tempo: Filosofia e Ação para uma Vida Significativa

Ah, o Ano Novo. Aquela época mágica em que juramos a nós mesmos que desta vez seremos pessoas melhores — até esquecermos a senha da academia em março (ou fevereiro, para os mais realistas). A humanidade, em sua infinita sabedoria, decidiu que o único momento aceitável para mudar de vida é quando um PDF de 12 páginas chamado “calendário” vira uma obra de arte abstrata. E assim, entramos no novo ano como quem assina um contrato sem ler a letra miúda: cheios de esperança e zero de cláusulas de escape.

Cada janeiro nos encara com aquele olhar de “vamos recomeçar”, enquanto seguramos uma lista de resoluções que, sejamos honestos, tem a mesma chance de sobrevivência que um personagem coadjuvante em Game of Thrones. Inspirados pela filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre, que sabiamente nos lembrou que “o homem é o que faz com o que fazem dele”, o ano novo surge como mais uma dessas oportunidades brilhantes de… bem, tentar não estragar tudo de novo.

Mas aqui está o problema: o entusiasmo de janeiro é como um energético barato – dá um pico de energia e depois te deixa largado no sofá, encarando o teto e questionando suas escolhas de vida. Fevereiro chega, e com ele, a dura realidade: sem um plano claro, suas resoluções têm a mesma consistência de um pudim mal feito. É aí que entra a filosofia, essa velha amiga que adora complicar tudo, mas que, surpreendentemente, pode nos ajudar a transformar o caos em algo que pelo menos pareça com progresso.

Pense em dezembro. Não, sério, imagine-se lá, olhando para trás. Você quer ver um ano cheio de conquistas ou mais um ciclo de promessas que evaporaram mais rápido que a motivação para ir à academia? A boa notícia é que o poder de mudar isso está em suas mãos. A má notícia? Bem, você vai ter que fazer o trabalho. E fevereiro, esse mês subestimado e ligeiramente deprimente, é o momento perfeito para recalibrar suas metas e começar a construir sistemas que realmente funcionem. Afinal, se janeiro é o mês das promessas, fevereiro é o mês de encarar a ressaca delas.

Neste artigo, vamos explorar como filosofias como o existencialismo e o estoicismo podem ser ferramentas práticas para navegar pelo ano com um pouco mais de sabedoria (e menos drama). Vamos falar sobre como definir valores, planejar de forma realista e cultivar hábitos que não só pareçam bonitos no papel, mas que realmente te levem a algum lugar.

Como diria Heráclito, “O caráter é o destino do homem.” E, convenhamos, se o destino está nas suas mãos, talvez seja hora de largar o controle remoto e começar a fazer escolhas que realmente importem. Fevereiro está aqui, e com ele, a chance de transformar seu ano em algo que valha a pena lembrar.

Defina Sua “Palavra-Guia” para o Ano (Filosofia Existencialista)

Imagine que o ano é um grande oceano de caos (porque, sejamos honestos, é isso que ele será). Agora, imagine que você está navegando nesse oceano em um barquinho que, por algum motivo, foi construído com as instruções de um manual sueco mal traduzido. O que você precisa? De um farol. Algo que te guie, mesmo quando as ondas insistirem em te jogar para todos os lados. É aqui que entra a ideia da palavra-guia, inspirada no trabalho de Viktor Frankl, o psiquiatra que sobreviveu a um campo de concentração e ainda teve energia para escrever “O Homem em Busca de um Sentido”. Se ele conseguiu encontrar propósito em meio ao horror, você pode, no mínimo, encontrar uma palavra para te guiar enquanto tenta sobreviver ao trânsito de segunda-feira.

A palavra-guia não é só uma meta bonitinha para colocar no Instagram. É a essência do que você quer viver no seu ano. Para Frankl, o ser humano encontra propósito ao atribuir significado à sua existência, mesmo nas piores circunstâncias. Sua palavra será esse significado condensado, uma bússola filosófica que aponta para o tipo de pessoa que você quer ser. Pode ser algo como “coragem”, “liberdade” ou “equilíbrio” — ou, se você estiver se sentindo particularmente ousado, algo mais abstrato, como “caos controlado” (embora isso talvez seja só procrastinação disfarçada).

Como Escolher Sua Palavra (Sem Entrar em Crise Existencial)

Antes de sair escolhendo qualquer palavra que pareça profunda, pergunte-se:

  • “Qual qualidade eu preciso cultivar neste ano para me tornar a versão menos desastrosa de mim mesmo?”
  • “Que legado quero construir, e qual palavra resume essa intenção sem parecer um clichê barato?”

Exemplos? Claro:

  • Coragem: para finalmente enfrentar mudanças que você vem adiando desde 2017.
  • Presença: para parar de checar o celular a cada 5 minutos enquanto finge ouvir seus amigos.
  • Resiliência: para aprender com os desafios em vez de reclamar deles no Twitter.

Filosofia em Ação: Nietzsche e o Convite à Transformação

Friedrich Nietzsche, aquele filósofo que adorava complicar tudo, nos deixou um desafio em “Assim Falou Zaratustra”: “Torna-te quem tu és.” Sua palavra-guia é exatamente isso — um lembrete diário de que você pode, e deve, alinhar suas ações aos seus valores mais profundos. Escolheu “liberdade”?

Ótimo. Agora pergunte-se

  • “Essa palavra me ajudaria a aceitar aquele projeto que me assusta?”
  • “Ela me guiaria a dizer ‘não’ para coisas que me sufocam?”
  • “Ela me inspiraria a priorizar tempo para algo que realmente importa, como criar, aprender ou, sei lá, respirar?”

Por Que Isso Funciona (E Não É Só Mais Uma Bobagem Motivacional)

Frankl nos ensina que, embora não possamos controlar tudo (como o preço do café ou o humor do algoritmo do Instagram), sempre podemos escolher como reagir às circunstâncias. Sua palavra-guia funciona como um “termômetro existencial”, ajudando a tomar decisões que façam sentido para o ano que você quer construir. Não é sobre ser perfeito — é sobre ter direção. E, convenhamos, qualquer direção é melhor do que ficar parado no mesmo lugar, reclamando que a vida não muda.

Coloque em Prática (Sem Desculpas)

Escolha sua palavra hoje. Agora. Anote-a em um lugar visível: no espelho, na tela do celular ou até na geladeira (porque, sejamos sinceros, você vai passar mais tempo lá do que em qualquer outro lugar). Use-a como filtro para tudo: oportunidades, relacionamentos e, principalmente, os “nãos” que você precisa dizer. Como Frankl sabiamente disse: “Quando não podemos mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos.” Sua palavra-guia é o primeiro passo para essa transformação. E, se tudo der errado, pelo menos você terá algo profundo para escrever no seu diário.

Filósofo pop, coach involuntário, e especialista em encontrar sentido até no caos de Rick and Morty.

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